Pouco se fala sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Por isso pesquisamos, e resolvemos passar alguns dos nosso conhecimentos sobre esse fato.
Em represália ao rompimento de relações diplomáticas do Brasil com os países do Eixo, a partir de janeiro de 1942 vários navios mercantes brasileiros foram torpedeados por submarinos alemães. A esses incidentes seguiu-se uma forte mobilização popular em favor da entrada do país na 2ª Guerra Mundial para lutar ao lado dos Aliados contra o nazi-fascismo. O governo brasileiro finalmente declarou guerra à Alemanha e à Itália em agosto de 1942, mas só após ajustes difíceis com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha foi criada a FEB - Força Expedicionária Brasileira, que levou o Brasil ao Teatro de Operações na Itália. A contradição entre lutar a favor da liberal-democracia ao lado dos Aliados na Europa e manter uma ditadura no país em muito contribuiria para a queda de Vargas e o fim do Estado Novo em 29 de outubro de 1945
A formação de uma força expedicionária correspondia a um duplo projeto político de Vargas: de um lado, fortalecer as Forças Armadas brasileiras internamente e aos olhos dos vizinhos do Cone Sul, em especial a Argentina, e com isso garantir a continuação do apoio militar ao regime do Estado Novo; de outro lado, assegurar uma posição de significativa importância para o Brasil no cenário internacional, na qualidade de aliado especial dos Estados Unidos.
Apenas em 1944, os navios com soldados brasileiros começaram a ser enviados, embora modesta a participação brasileira na guerra, nossos soldados foram um diferencial em algumas missões, a principal delas a tomada de Monte Castelo
Foram convocados jovens novos, pobres, entre 19, 20 e 21 anos. Entre eles, Raul Carlos dos Santos, que, hoje com 89 anos nos recebeu em sua residência para nos contar um pouco de suas experiências.
Seu Raul, hoje líder da associação dos ex-combatentes da Bahia, nos contou que, quando o Brasil decidiu ir à guerra, foi criada FEB com a concordância dos EUA em agosto de 1943. Para seu comando foi convidado o General Mascarenhas de Moraes.
Ocorreu 1 ano entre a criação da FEB e o embarque do 1º Escalão para a Itália. Esse período foi dedicado convocação e treinamento dos soldados. Eles tiveram que aprender a usar armas americanas.
No Brasil, havia uma descrença com relação ao fato do Brasil ir à guerra. Ninguém aceditava (por isso o símbolo da FEB é uma cobra fumando: "é mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil ir à guerra").
Os soldados convocados iam com sentimento de medo mas também de patriotismo.
Viajaram em navios dividos em compartimentos selados com chumbo, para, em caso de um bombardeio só morresse uma parte dos homens.
Ao chegar lá, foram dadas aos brasileiros missões mais complicadas como subir serras geladas.
Seu Raul recebendo condecorações |
Tivemos a oportunidade de estar frente a frente e saber detalhes por detalhes dos fatos.
Algumas munições que encontramos no mini-museu de seu Raul. |
Terra do cemitério onde foram enterrados os brasileiros mortos na Itália |
Onde se guardava a água |
Kit de higiene dado aos soldados |
Um capacete alemão e 2 brasileiros |
Galerinha do 3º M, e mais 3 ex-combatentes |
Seu Raul Carlos dos Santos
" Fui atingido no crânio por estilhaço de granada. Até hoje sinto dores na cabeça e ouço barulhos de explosão".
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